Ventos causados por ciclone extratropical causa ondas altas na orla do Rio de JaneiroA Liturgia e os ofícios da Igreja Ortodoxa oferem constantes orações em favor do povo e suas autoridades. Pedimos, também que Deus nos livre de toda “ira, perigo e necessidade”, e, também, que nos ampare, salve e proteja-nos por Sua graça.

Estamos solidários a toda dor que milhares de pessoas no Rio de Janeiro estão padecendo pela perda de parentes e amigos, em consequência das fortes chuvas que se abatem sobre a capital e diversas cidades do Estado.

Convocamos os cariocas a buscar conforto e direção rezando o Salmo 45(46), e também nesta oração:

“Senhor dos Exércitos, tem misericórdia de nós!

Deus Onipotente, Pai das misericórdias e Deus de todo consolo, vem em meu socorro e livra-me da dificuldade que me assedia. Creio, Senhor, que a minha vida está sob os Teu cuidado e que todas as coisas ocorrem para o bem dos que Te amam.

Afasta de mim a ansiedade e a dor. Ajude-me a enfrentar este momento com fé, valor e sabedoria. Dá-me que esta prova me leve a estar mais perto de Ti, pois Tu És a minha Rocha e o meu Refúgio, meu consolo e minha esperança, meu deleite e minha alegria. Eu confio em Teu amor e compaixão para comigo e, assim, bendigo o Teu Nome, Pai, Filho e Espírito Santo, agora e sempre, e pelos séculos dos séculos. Amém!”

Também pode ser feita a seguinte petição à Mãe de Deus:

Ó admirável Protetora dos cristãos e nossa medianeira ante o Criador, não desprezes as súplicas de nenhum de nós, pecadores; mas, apressa-te a auxiliar-nos como Mãe Bondosa que és, pois te invocamos com fé: roga por nós junto de Deus, tu que defendes sempre àqueles que te veneram!

 

Foto: Rony Maltz/Folha Imagem

Epístola
Atos dos Apóstolos 2:38-43

Leitura do Evangelho
João 3:1-15

Santos e Festas
Agavos, Rouphos, Asynkritos, Flegonte, Herodion, e Hermes dos 70 Apóstolos
Rufus, o obediente das Cavernas de Kiev,
Celestino,  Papa de Roma

agatopodos_teodulus_05_04 Agatopodus foi diácono e Teodulus leitor na igreja em Tessalônica. Agatopodus era ancião e Teodulus muito jovem. No tempo da perseguição de Diocleciano aos Cristãos estes dois foram chamados perante o tribunal. respondiam com alegria às perguntas que lhe faziam e confessam em alta voz: "Nós somos cristãos!" Todas as advertências que os juízes lhe faziam para que negassem a Cristo e adorassem os deuses romanos foram ignoradas por eles.

Após um longo período de prisão, Agatopodus e Teodulus foram sentenciados à morte por afogamento no mar.

Logo depois, o mar lançou seus corpos afogados de volta à costa e cristãos sepultaram seus corpos com honra. São Teodulus apareceu para seus conhecidos como um reluzente anjo e pediu-lhes para distribuir tudo o que restava de sua propriedade para os pobres. Estes gloriosos e fantásticos soldados de Cristo padeceram honoravelmente durante o reino de Diocleciano e do príncipe Faustinus, de Tessalônica, no ano 303.

MATINAS: Mateus 21:18-43  

HORA SEXTA: Ezequiel 1:1-20     

VÉSPERAS: Êxodo 1:1-20; Jó 1:1-12

LITURGIA DOS DONS PRÉ-SANTIFICADOS: Mateus 24:3-35

  

Comparação entre Cristo e José, Filho de Jacó

nymphios Neste dia começa a comemoração da Santa Paixão do Salvador. O Patriarca José, do Antigo Testamento, e símbolo de Cristo, era o décimo primeiro filho de Jacó. Porque seu pai o amava muito, seus irmãos –movidos por ciúmes – lhe vendera para mercadores estrangeiros, que por sua vez, venderam-no como escravo aos egípcios. Insultado por sua castidade foi jogado na prisão.

Assim como José foi rejeitado por seus irmãos, Cristo foi rejeitado pelo seu povo. José foi vendido por 30 moedas de prata pelos seus irmãos; também Judas, o discípulo de Cristo, traiu o Senhor pela mesma quantidade. Como José foi deixado para morrer em uma vala, assim também, Jesus foi sepultado. José, da humilhante escravidão fora exaltado, tornando-se um poderoso governante no Egito; assim, também, Cristo foi vitorioso sobre a morte através de sua ressurreição.

Portanto, José simbolizada em si a Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e de sua grande glória. (Gn 11:41).

Na Grande Segunda-Feira Santa também se faz menção da figueira estéril que foi amaldiçoada pelo Senhor.

Após sua entrada triunfal em Jerusalém, Jesus viajou para Betânia. Cansado e com fome, viu de longe uma figueira. Ao chegar à árvore, viu que não tinha frutos. A figueira representa a sinagoga dos judeus, a qual não possuía os frutos necessários da virtude e da justiça, por isto, o Senhor os despiu de toda a graça espiritual. (Mateus 21:18-20). Cristo compara o figo ao pecado. Tal como o figo é doce, assim, o pecado é atraente e desejado.

O ofício da Grande Segunda-Feira Santa, tem início ao anoitecer do Domingo de Ramos  com a celebração das Matinas. Na Igreja Ortodoxa os ofícios seguem a ordem da Criação, cuja cronologia conclusiva se dá a partir do entardecer: “houve tarde e noite…”, a qual norteia a prática litúrgica do Velho Testamento.

 

Tradução e adaptação: Pe. Mateus

Epístola: Hebreus 9, 11-14

Evangelho: Marcos 10, 32-45

 

Santa Maria do Egito

maria_do_egito2 A biografia desta maravilhosa santa foi escrita por São Sofronius, o Patriarca de Jerusalém.

Uma vez, durante o honorável jejum quaresmal, o ancião Hieromonge Zosimus, retirou-se ao deserto além do Jordão, numa jornada de vinte dias. De repente, ele viu uma pessoa com um corpo murchado e nu cujo cabelo era tão branco como a neve e que começou a fugir da visão de Zosimus. O ancião correu por um tempo até esta pessoa que se agachou em um riacho e gritou:

"Abba Zosimus perdoe-me pelo amor do Senhor. Eu não posso olhar porque eu sou uma mulher nua".

Zosimus então lançou sua roupa exterior para ela que, após se vestir, se apresentou perante ele. O ancião ficou temeroso ao ouvir seu nome falado pela boca desta mulher que ele não conhecia.

Seguindo sua prolongada insistência, a mulher relatou sua história de vida. Ela nasceu no Egito e com a idade de vinte anos começou a viver uma vida de prostituição em Alexandria onde ela passou dezessete anos nesta forma pervertida de vida. Guiada por uma chama adúltera da carne, um dia ela tomou um barco que estava indo para Jerusalém. Chegando à Cidade Santa, quis entrar na igreja de modo a venerar a Honrável Cruz, mas alguma força invisível a conteve e lhe impediu de entrar na igreja. Em grande temor, a mulher contemplou o ícone da Toda Santa Mãe de Deus no vestíbulo e orou para que lhe fosse permitido entrar na igreja para venerar a Honrável Cruz, de uma só vez confessando seus pecados e impurezas e prometendo que ela iria onde quer que fosse que a Toda Pura a dirigisse. Então foi-lhe permitido entrar na igreja.

Tendo venerado a Cruz, novamente entrou no vestíbulo e, perante o ícone, deu graças a Mãe de Deus. Naquele exato instante ela ouviu uma voz dizendo:

"Se você passar além do Jordão irá encontrar o lugar real!"

Imediatamente a mulher comprou três pães e começou a jornada para o Jordão aonde chegou naquela mesma noite. No dia seguinte recebeu a Santa Comunhão no Mosteiro de São João e atravessou o rio Jordão.

A mulher permaneceu no deserto por quarenta e oito anos em grande tormento, medo e luta com pensamentos apaixonados como se com bestas selvagens. Ela se alimentava de vegetação.

No encontro entre o Padre Zosimus e Santa Maria do Egito, o ancião a viu levitar durante a oração. Ao se despedirem, ela pediu para que ele lhe trouxesse a Santa Comunhão no próximo ano na costa do Jordão, aonde ela viria, então, para receber.

No ano seguinte, Zosimus chegou na costa do Jordão à noite com a Santa Comunhão. Ele desejava saber como esta santa iria atravessar o Jordão. Naquele momento, na luz da lua, ele a avistou de longe e, ao chegar próxima do rio, fez o sinal da cruz sobre ele e andou sobre as águas como se sobre terra seca. Depois de Zosimus administrar a Santa Comunhão, ela lhe pediu para vir no próximo ano ao mesmo riacho.

No ano seguinte, ao chegar ao local do encontro marcado, Zosimus encontrou o corpo da Santa já sem vida. Sobre sua cabeça na areia estava escrito:

"Abba Zosimus, enterre o corpo da humilde Maria neste sitio; faça o pó voltar ao pó. Eu morri em 1 de abril, à mesma noite do sofrimento de Cristo, o salvador, logo após receber a Comunhão dos Divinos Mistérios".

Assim, Zosimus enterrou o corpo desta maravilhosa santa, Maria do Egito. Quando ele retornou ao mosteiro relatou a história da vida dela e os milagres que ele mesmo pessoalmente presenciou. Assim, o Senhor sabe como glorificar os pecadores penitentes.

Santa Maria é também comemorada no Quinto Domingo da Quaresma. A Igreja mantém Santa Maria do Egito como um exemplo e incentivo para os fiéis ao arrependimento durante estes dias de jejum. Maria adormeceu por volta do ano 530.

crisantus Crisantus era o filho único de Polemius, um distinto patrício, que se estabeleceu em Roma vindo de Alexandria. Como filho de pais ricos, Crisantus estudou todos os assuntos seculares, tendo os mais estudados homens como instrutores. Mas a sabedoria secular o confundiu e o deixou na incerteza sobre o que é a verdade. Como resultado disto entrou em crise. Mas Deus, que planeja tudo, aliviou sua aflição. Uma cópia escrita dos Evangelhos e do Atos dos Apóstolos veio às mãos do jovem Crisantus. Tendo-os lido, Cristantus foi iluminado com a verdade, e ele desejou um mestre e encontrou um na pessoa de certo padre, Carpoforus, que o instruiu e o batizou.

Isto não agradou ao seu pai, que tentou tudo para o dissuadir de crer em Cristo. Não tendo sucesso, seu pai tentou lhe corromper o colocando sozinho com uma mulher imoral. Nisto, Crisantus foi vitorioso sobre si mesmo e perseverou em castidade.

Seu pai, então, o coagiu a casar com Daria, uma jovem pagã. Crisantus aconselhou Daria a abraçar a Fé em Cristo e viver juntos como irmão e irmã, apesar de fingirem serem casados. Quando seu pai morreu, Crisantus começou a confessar Cristo abertamente e a viver como um cristão, tanto ele como sua casa inteira. Durante o reinado do imperador Numeriano, ele e Daria foram cruelmente torturados por sua fé. O torturador Claudius, testemunhando a paciência destes honráveis mártires e os milagres que eram manifestos durante a agonia deles, abraçou a Fé de Cristo com toda a sua casa. Por isto, Claudius foi afogado. Ambos os seus filhos foram decapitados. Sua esposa, depois de recitar orações, morreu nas forcas. Daria era tão firme em sua fé que os pagãos clamaram, "Daria é uma deusa!".

Finalmente, foi decretado que Crisantus e Daria fossem enterrados numa cova funda e coberto com pedras. Depois uma igreja foi eregida neste sítio. Havia uma caverna perto desta cova onde alguns cristãos se reuniam para a oração e comunhão em memória dos Santos Crisantus e Daria. Ouvindo disto, os pagãos atacaram e trancaram esta caverna. Por uma tal morte, os pagãos retiram estes cristãos deste mundo para um mundo melhor onde Cristo reina eternamente. Estes gloriosos mártires, Crisantus

e Daria e os demais, entre o quais estavam Diodorus, o padre, e Marianus, o diácono, sofreram por Cristo em Roma no ano 284.

S. Sofrônio, patriarca de Jerusalém († 638).

Jejum

Matinas: Is 28, 14-22;
Vésperas: Gn 10, 32-11, 9; Pr 13, 20-14, 6

sofronio_11_03 Sofronius nasceu em Damasco de pais distinguidos. Apesar de haver adquirido sabedoria terrena, ele foi, não obstante, não vivia satisfeito e foi procurar adquirir sabedoria espiritual.

No mosteiro [Lavra] de São Teodósio, ele se encontrou na companhia de um monge, João Moschus, quem ele escolheu para ser seu professor, e com quem visitou mosteiros e  ascetas no Egito. Sua palavra de ordem "Cada dia aprender mais a respeito da sabedoria espiritual". Tudo o que eles aprenderam escreveram e publicaram em dois livros sob o título, "Prado espiritual".

Depois,  viajaram para Roma, onde Moschus morreu deixando um testamento para Sofronius para ter seu corpo levado, ou para o Sinai ou para o Mosteiro de São Teodósio. Sofronius cumpriu as vontades e desejos de seu professor e transladou seu corpo para o Mosteiro de São Teodósio e depois permaneceu em Jerusalém, que naquele tempo, foi liberta dos persas.

Sofronius esteve presente no Translado da Santa Cruz da Pérsia para Jerusalém e viu como o Imperador Heráclius levou a Cruz seus ombros para dentro da Cidade Santa. O idoso Patriarca Zacarias, que havia também retornado da escravidão, não viveu muito tempo depois. O Patriarca Zacarias foi substituído por Modestus que morreu em 634. Modestus foi substituído pelo Bem-aventurado Sofronius.

Este santo governou a Igreja por dez anos com sabedoria e zelo excepcionais.  levantou-se em defesa da Ortodoxia contra a heresia do Monotelismo, a qual foi condenada pelo Concílio em Jerusalém antes de ser condenada no Sexto Concílio Ecumênico [Constantinopla, 680].

Sofronius escreveu a vida de Santa Maria do Egito, compilou a Ordem da Grande Benção da Água, e introduziu diversos novos hinos e canções em vários serviços litúrgicos.

Quando o califa árabe capturou Jerusalém, Sofronius lhe implorou que poupasse as vidas dos cristãos que Omar insinceramente prometeu. Quando Omar começou a saquear e maltratar os cristãos em Jerusalém, Sofronius, com lamentação, orou à Deus para levar a si mesmo dentre os vivos na terra, de modo que não testemunhasse a profanação dos santos santuários. Deus ouviu sua oração e tomou Sofronius para si mesmo em sua mansão celeste no ano 644.

S. Quadrato de Corinto e cc., mártires († 258).

Jejum

Matinas: Is 26, 21-27, 9;
Vésperas: Gn 9, 18-10, 1; Pr 12, 23-13, 9

ALLSAINT Durante o tempo da perseguição aos cristãos, muitos dos fiéis fugiram para as montanhas e para as cavernas. Assim fez a mãe de Codratus. Ela estava grávida na época e deu à luz a Codratus em na floresta e morreu logo depois. Codratus foi cuidado, alimentado e guiado pela Divina Providência e por seu Anjo da Guarda. Codratus cresceu na natureza e em solidão.

Quando ele tinha doze anos de idade, entrou na cidade e lá alguns homens benevolentes se ligaram a ele e lhe proveram uma educação. Estudou medicina e curou os doentes, muitos com curas naturais e mais ainda pelo poder do espírito e oração, ao que era acostumado desde sua infância.

Quando uma nova perseguição começou sob Décio, Codratus foi levado a julgamento e posto em prisão. Cinco companheiros se juntaram a ele e confessaram o nome de Cristo. Eles eram Cipriano, Dionísios, Anectus, Paulo e Crescens. Todos estes foram arrastados pelas estradas pelos pagãos. Eles foram batidos com varas e apedrejados até que eventualmente foram levados ao andaime. Lá, os mártires oraram a Deus e foram decapitados.

Neste local uma fonte jorrou água do chão a qual até hoje é chamada pelo nome de Codratus e, é uma lembrança da heróica morte destes seis santos inocentes por Cristo.

Eles honorificamente sofreram pela verdade no ano 250 em Corinto durante o reinado do imperador Décio e seu governador, Jason.